VIAGEM À EUROPA - 23.5.1998 a 25. 5.1998 - ALPES 12ª. Parte
( Elsa Caravana Guelman e Izidoro Soler Guelman; Leila de Fátima Caravana Ávila e Ary Lima Filho)
LILLE - Grande Place - lillemetropole.fr
23. 5.98: Saída da
HOLANDA.
Passando, na volta, pelo norte da FRANÇA, resolvemos conhecer Lille. Andamos
pela cidade, após deixar o carro num estacionamento central. Fomos até a Grande
Place, onde existiam vários eventos musicais e jogos. Era um ambiente jovem e
turístico. Almoçamos e seguimos viagem.
Lille é considerada como uma das cidades mais procuradas para o turismo
no Norte da França. Conta com vários monumentos:
A Porta de Paris: construída em homenagem ao
rei Luis XIV
Monumentos aos combatentes das duas guerras
Gare Lille-Flandres:
Citadelle:
Parque Jean Lebas:
Beffroi: relógio semelhante ao Big Bem de Londres..
Palácio das Belas
Artes (palais des beaux arts): Museu
Pelas estradas da Normandia, pesadas construções de pedra apareciam nas curvas, de repente, como castelos medievais. Nessa caminhada, passamos por ambientes austeros, tranquilos e bonitos, como os da orla marítima em DIEPPE. Paramos em Honfleur. Bem que imaginamos pernoitar ali. Os hotéis, era fim de semana, estavam igualmente lotados. Foi uma pena. Contornamos a pé o centro minúsculo da cidade, uma visão ligeira da praia.
Quando chegamos a Caen, arrondissement do departamento de Calvados, na G.Normandie Cotentin, já era noite. Foi uma dificuldade para arranjar hotel. Por indicação de um hotel, lotado, fomos em busca de um outro, bem distante do centro da cidade, na estrada, hotel Ibis. Esse local se chamava Falaise. Não tinha o que se ver na noite escura, em plena estrada. O jeito foi dormir logo.
Falaise, arrondissement do departamento de Calvados (55) pertence a Grande Normandie Cotentin. No hotel havia prospectos com referências a pontos turísticos que, infelizmente, não tivemos como conhecer: Château du 18 siècle em um grande parque e a Eglise de la Trinité.
Hotel IBIS - FALAISE (Calvados) -ibishotel.com
24,5,98:Saída de FALAISE
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Uma verdadeira surpresa: já que, do cálculo da viagem, sobrara um dia, pois
devolveríamos o carro somente no dia 25, optou-se por uma visita ao MONT ST.
MICHEL, arrondissement de Avranches, do Departamento de Manche (50 ), da G.
Normandie Cotentin. Ele fica na divisa com a G. Bretagne, no norte da França.
Quando chegamos ao
Mont Saint-Michel, e isso deve ocorrer
com todas as pessoas, fomos tomados de surpresa e deslumbramento diante da
imponência que se avistava ao longe.
( Recordei-me logo de “Le
Horla”, de Maupassant. O personagem contava sua visita ao Mont St. Michel. Ele
descrevia a visão de quem chegava perto do fim do dia. Avistava a cidade sobre
uma colina, rodeada por uma imensa baia que se estendia, a perder de vista, sob
um sol de ouro que desaparecia aos poucos no horizonte ainda “ flamboyant”, mas
ainda iluminava o fantástico rochedo que exibia em seu cume um monumento. As
águas haviam engolido a areia, que, no dia seguinte, quando a maré baixasse,
voltaria para dar passagem ao monte. No dia seguinte ele penetrou na mais bela
construção gótica sobre a terra (“vaste comme une ville, pleine de salles
basses écrasées sous des vôutes et de hautes galeries que soutiennent de frêles
colonnes”). Descreve sua entrada nesta gigantesca joia de granito, também leve
como uma renda, coberta de torres, que lançam, no céu azul do dia ou no céu
negro da noite, cabeças bizarras de quimeras, de diabos, de animais
fantásticos,etc. Ele fala de um monge que ficava do alto do penhasco, com ele,
ao sabor do vento, vendo a subida do mar correndo sobre a areia e cobrindo-a de
uma couraça de aço .Ninguém melhor do que Maupassant descreveu o enorme bloco
de pedra que sustinha a cidadela dominada pela grande abadia)
Mont Saint-Michel landofblogging.wordpress.com
Victor Hugo comparou a velocidade vertiginosa da maré a um cavalo galopando
como se empurrado pelo vento, talvez por
causa dos inúmeros acidentes ocorridos com pescadores e visitantes, tomados de surpresa pela armadilha do fenômeno
das marés, que, encontrando um mar inteiramente submisso, em poucos minutos,
num transbordamento gigantesco, cobrem a terra de água, num espetáculo
semelhante a um verdadeiro bailado marítimo, ao separar o monte do continente. Uma beleza
inesgotável para os que permanecem no monte
e, também, para os que, de longe, no continente , avistam o monte.
Mont Saint-Michel walldesk.net
Para o visitante, que está em terra firme, a visão da noite deve ser
deslumbrante. A luminosidade dos projetores sobre a fachada revelam detalhes
que o dia não permite distinguir. Nas imediações do monte, o visitante descobre
um imenso panorama de construção medieval, percorrendo uma infinidade de edificações desde a ponte ao cume do rochedo.
O Monte St. Michel, consagrado a St. Michel em 708, foi confiado aos monges
beneditinos em 966. A abadia foi transformada em prisão com a revolução até
1863 .
Fizemos um passeio completo pela abadia e cercanias. A visita se deu em três níveis: superior ( abadia); intermediário ( criptas, salas dos hóspedes e sala dos cavaleiros) e inferior ( Aquilon, Ceellier, Aumônerie). O Monte congrega os seguintes estilos: romano e pré-romano, gótico e flamboyant. O folheto distribuído na portaria, para orientar a visita, esclarece que os três níveis do monastério refletem, de alto a baixo, a organização da sociedade medieval - clero, nobreza e terceiro estado - e a hierarquia do alimento espiritual, intelectual e material. Existem eventos e espetáculos noturnos pelo interior da abadia ao som de musica, no silêncio, na sombra e na claridade, procurando reviver a dimensão histórica, simbólica e espiritual da abadia.
Fizemos um passeio completo pela abadia e cercanias. A visita se deu em três níveis: superior ( abadia); intermediário ( criptas, salas dos hóspedes e sala dos cavaleiros) e inferior ( Aquilon, Ceellier, Aumônerie). O Monte congrega os seguintes estilos: romano e pré-romano, gótico e flamboyant. O folheto distribuído na portaria, para orientar a visita, esclarece que os três níveis do monastério refletem, de alto a baixo, a organização da sociedade medieval - clero, nobreza e terceiro estado - e a hierarquia do alimento espiritual, intelectual e material. Existem eventos e espetáculos noturnos pelo interior da abadia ao som de musica, no silêncio, na sombra e na claridade, procurando reviver a dimensão histórica, simbólica e espiritual da abadia.
Há muitos passeios pelos arredores do monte, e, um deles, as Falaises de
Champeaux ,são consideradas de alto valor paisagístico por sua área florida em
ambiente panorâmico, descortinando a imensidão da baía de Saint-Michel.
Mont Saint-Michel - tripideas.co.uk
Na entrada, são encontrados os
restaurantes, cafés e lojas diversas.É a parte mais animada do local com os turistas e visitantes concentrados no
decorrer do dia. Compramos algumas lembranças numa pequena loja e visitamos uma
outra de objetos de arte local.
Dizem que o Mont Saint-Michel, a maravilha do Ocidente, continua, apesar
do afluxo turístico, que recebe, noite e dia, a destinação ideal
para acolher o peregrino nostálgico, com o charme medieval de sua abadia beneditina. É de se estranhar
que o local ainda não tenha um provérbio forte, como Roma ( todos os caminhos
levam a Roma) e Veneza (ver Veneza e morrer), pois além de ser um passeio
inesquecível, ele congrega, em sua arquitetura preservada, a história de uma
época.
Quando deixamos a área do monte ficou ainda uma multidão de carros. Não
estávamos, de modo algum, fugindo das marés, mas sim para continuar nosso
percurso em direção a Paris.
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Pernoite em DREUX.
Hotel Campanille, onde jantamos muito bem. A rede hoteleira Campanille é muito
conceituada na Europa.
Dreux , arrondissement do departamento de E. et L. (60), pertence à Região G.
Normandie Vallée de la Seine. O hotel ficava na estrada, foi só para jantar e
dormir.
Dreux conta com a natureza e a tranquilidade que se
unem para propiciar a visão de belas paisagens dos vales l’Eure, de la Blaise
et de l’Avre em diversos passeios.É, também, um rico patrimônio constante da Chapelle Royale, l’église Saint-Pierre ,o
cemitério merovíngeo de Saulnières, o castelo de Boullay-Thierry ou os antigos
moinhos de Villemeux-sur-Eure.
25.5.98: Saída de DREUX.
DREUX - blog.travelpod.com
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Chegada a PARIS. Hotel Excelsior. 9 noites: De 25.05.98
a 03.06.98
26.5.98: Visita ao Pantheon.
a 03.06.98
26.5.98: Visita ao Pantheon.
PANTHEON - norstad.org
( Aqui fica mais uma confissão que não posso deixar de fazer. A minha emoção comanda. Na viagem vi muita cidade bonita e até deslumbrante como Nice, Cannes, Annecy, Brugges, Strasbourg, Amsterdam, etc. Porém, hoje,em Paris, do alto do Pantheon, com vista total da rua Soufflot, adornada pelos prédios de ambos os lados, pelas soberbas construções da Faculdade de Direito e da Prefeitura do 5eme. arrondissement, senti-me enebriada . A rua é , ao mesmo tempo, acalorada pelos toldos vermelhos dos bistrôs e acalmada pelo verde gritante do Jardim de Luxembourg, tendo, bem ao fundo, a torre Eiffel. Senti uma espécie de rajada não só de brilho mas ainda carregada de imponência pelo conteúdo histórico que a visita revelou, tanto na crypta, de Voltaire a Malraux, como na observação “in loco” do Pêndulo de Foucault).
Jardins du Luxembourg tripwow.tripadvisor.com
Em Paris ficamos no hotel Excelsior, na rue de Cujas, no 5eme. arrondissement,
nas imediações da Sorbonne. A convite nosso, almoçamos todos
no restaurante Salambô, especializado em comida marroquina e tunisiana. Por convite
de Leila e Ari almoçamos num restaurante chinês-judaico nas imediações do hotel
Campanille, na Republique.
Na rua de Cujas e ao lado do hotel estava instalado um cinema. Um cinema
especial onde só passavam filmes especiais. Travei conhecimento com a
bilheteira e ela me forrneceu xerox do filme a que assisti.
( Era uma tarde chuvosa. Chovia forte, não dava para sair em passeio. Ninguém me acompanhou, apesar dos convites, ao cinema na rua de Cujas, junto ao hotel. Assisti ao filme “Passage”, do diretor tcheco Juraj Herz. A temática lembrou-me Kafka e seu “Castelo”. Um filme metafórico. A crítica francesa o considerou marcado pela “nouvelle vague”. Há uma mistura de realidade e fantasia numa ambiência onírica em meio a um jogo de espelhos, que são ressaltados por um colorido agressivo de cores quentes e significativo pela posição que ocupa nos corredores da galeria. O filme retrata a vida de um homem normal, vivendo o seu cotidiano, que se abriga numa passagem para fugir de uma forte tempestade. O personagem é imediatamente arrastado para dentro da galeria, para um labirinto e projetado numa verdadeira espiral de acontecimentos imprevisíveis, bizarros e insólitos. O filme é uma porta fechada (huis clos). Como encontrar a saída ? Acudiu-me um filme famoso, o “Anjo Exterminador”, de Bunnuel, também metafórico e onírico, onde era quase impossivel encontrar a saída. O cinema de arte não é apenas diversão, pois ele obriga o expectador a meditar sobre a vida em busca de uma solução para os “porquês” insondáveis da existência humana. Ah! como gostaria de rever este filme!)
( Era uma tarde chuvosa. Chovia forte, não dava para sair em passeio. Ninguém me acompanhou, apesar dos convites, ao cinema na rua de Cujas, junto ao hotel. Assisti ao filme “Passage”, do diretor tcheco Juraj Herz. A temática lembrou-me Kafka e seu “Castelo”. Um filme metafórico. A crítica francesa o considerou marcado pela “nouvelle vague”. Há uma mistura de realidade e fantasia numa ambiência onírica em meio a um jogo de espelhos, que são ressaltados por um colorido agressivo de cores quentes e significativo pela posição que ocupa nos corredores da galeria. O filme retrata a vida de um homem normal, vivendo o seu cotidiano, que se abriga numa passagem para fugir de uma forte tempestade. O personagem é imediatamente arrastado para dentro da galeria, para um labirinto e projetado numa verdadeira espiral de acontecimentos imprevisíveis, bizarros e insólitos. O filme é uma porta fechada (huis clos). Como encontrar a saída ? Acudiu-me um filme famoso, o “Anjo Exterminador”, de Bunnuel, também metafórico e onírico, onde era quase impossivel encontrar a saída. O cinema de arte não é apenas diversão, pois ele obriga o expectador a meditar sobre a vida em busca de uma solução para os “porquês” insondáveis da existência humana. Ah! como gostaria de rever este filme!)
Filme PASSAGE - nova-cinema.org
"Coincé dans un embouteillage monstre , Michal Forman est contraint de sortir de sa voiture, sous une pluie diluvienne, et de se réfugier sous un porche. C’est alors qu’un homme surgit devant luiŠ Adaptée du roman de Karel Pecka, auteur de pamphlets contre le régime tchèque, l’intrigue déroule l’errance d’un homme ordinaire dans les galeries d’un passage commerçant. Une pulpeuse vendeuse de fleurs en une mante religieuse, un ventripotent chef-coq servant dans un sauna, un gardien de nuit, une fillette, un comique ivrogne et des hauts responsables moribonds, tous agissent sur Forman comme sur un aimant. C’est à cet anti-héros et aux spectateurs de dénouer les fils de ce film surréaliste. Comme dans un tour de presdigitation où la formule abracadabrante serait celle du cinéma, "Pasaj" est aussi un film dans le film, puisque les dispositifs cinématographiques s’enchâssent dans le scénario lui-même pour décliner en trois versions distinctes la chute du film."
SORBONNE - hoteisparistrianon.com
Conheci, por sinal, uma Passage parisiense, também importante, pois foi tema
de um romance, “Morte a Crédito”, de Louis-Ferdinand CÉLINE: a Passagem
Choiseul. Muito longe do que foi retratada no romance, ela, contudo, deixava
entrever, pelas construções antigas, a importância que tivera no passado,
quando as Passagens desempenharam, elegantemente, o papel que coube, no futuro,
aos grandes magasins dos boulevards haussmannianos.
No Parque Monceau, bucólico e acolhedor parque da burguesia francesa, notamos e
assinalamos a casa n. 5, da rua Van Dick, que pertenceu a um comerciante de
chocolates. Depois de admirá-la, em poucos minutos, pela rua Hoche, chegamos
aos Champs Elysées. Do silêncio bucólico do Parque atingimos à multidão, que se
estendia por todo o percurso da elegante avenida até a praça da Concórdia, numa
mesclagem de roupas coloridas e esfuziantes.E era uma multidão, gente de todo lado. (A multidão lembrava Walter Benjamin e suas "Passagens", Charles Baudelaire e "As Multidões" e Edgard Alan Poe e "O homem das multidões").
Foi, numa banca de jornal, que lemos a notícia da greve da Air France.
Foi, numa banca de jornal, que lemos a notícia da greve da Air France.
A greve da Air-France nos permitiu permanecer mais um dia em Paris.
Vista do SENA hotelpulitzer.com
3.6.98: Embarque em Paris, via AIR-FRANCE, para o Rio de Janeiro
4.6.98: Chegada ao Rio. Fim.
Paris - Cidde luz
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