sábado, 14 de abril de 2012


VIAGEM  À EUROPA  1998  (14.5.98 a 16.5.1998)  -  ALPES   8ª.  Parte.                                                                  

(Elsa Caravana Guelman e Izidoro Soler Guelman, Leila de Fátima Caravana Ávila e Ary Lima Filho)

SAVOIE ( CHAMBÉRY)  e HAUTE-SAVOIE (ANNECY)


                                                    SAVOIE   - FOTO:  walldesk.com.br

Retornamos à Savoia, só que agora aos seus pré-alpes do norte. Estávamos, contudo, bem perto dos Alpes do Norte.
Visita a CHAMBÉRY, 14.5.98,  a capital do departamento da Savoie.  Uma cidade bonita e um pouco  austera, com belas praças turísticas ( Place St.-Léger e Place du Château), um castelo (antiga morada dos senhores de Chambéry, depois dos condes e duques de Savoie) que foi transformado na prefeitura local. Avista-se logo a Fonte dos Elefantes: monumento popular da cidade, na rua de Boigne, uma das mais características de Chambéry por sua localização e animação. 
Chambery surge numa colina chamada  de Lémene. Depois de um período caótico de invasões, no século XI  chegam os “sires”de Chambéry. Surge mais tarde um castelo, que se torna residência oficial dos senhores de Chambéry.  Em 1232, o conde  de Savoie compra a  cidade dos Chambéry, ligando assim o destino de seus habitantes aos da casa de Savoie, que fazem de Chambéry a capital histórica da Savoie. No centro do monumento, que fica na rua de Boigne, uma coluna suporta  Benoît de Boigne.
O centro histórico de Chambéry remonta aos séculos XV e XVI. A fonte dos Elefantes foi construída em 1838 em honra a Benoît Leborgne, conde Boigne que voltou da Índia depois de prestar serviços a um príncipe indiano. A fonte foi estruturada de tal maneira que os quatro elefantes da Ásia formam, em suas posições, uma cruz, que representa o brasão da Casa de Savoie.
A cidade apresenta muitas ruas e praças convidativas ao turismo. A rua de Boigne contém numerosas boutiques elegantes, com seus cafés, salões de chá e confeitarias finas, com mesas e cadeiras  sob toldos. Ali  eram degustados o vermouth de Chambery e o vinho de Savoie, enquanto o pessoal elegante saboreava os doces enriquecidos pelas vitrines..
 A Praça  Saint-Léger tem esse nome como um reflexo do passado, pois pelo tipo de alinhamento das fachadas,  em formato de um longo fuso, ela não tem a imagem de uma praça. No passado, sim, ela foi o centro dos acontecimentos dando vida e animação à cidade..De qualquer parte, de qualquer ponto se poderia chegar a ela. Hoje é apenas uma via larga que guarda o nome de praça. Dessa local, contudo,  podem-se explorar numerosas ruelas que aparecem em todas as direções, um verdadeiro labirinto de “cours” e de “allées”, um emaranhado urbano,   com construções de todos os estilos e de todas as épocas, que, a despeito do passar dos anos, guardam a elegância de suas formas para, finalmente atingir a charmosa  rua Cruz de Ouro, onde se poderá admirar  uma infinidade de casas  da antiga aristocracia , remontando ao século XVI, com  passagens que oferecem aos habitantes do “quartier” um acesso direto às muralhas da cidade.
Um pouco de história enquanto o carro avança.  Quando deixamos Chambéry com destino  a  Annecy tínhamos certeza de que visitamos uma cidade cultural e historicamente importante da Savoie, que, por sua posição geográfica,  nos limites entre a  França e ITÁLIA, sempre foi objeto de disputa entre a monarquia francesa e a  Itália, que se dividia em vários estados independentes antes  da unificação promovida por Cavour e Garibaldi, no século XIX,  unificação essa que se efetuou tendo como núcleo o reino do Piemonte e da Sardenha,  governado pela dinastia homônima, ou seja, pela dinastia de Savoia.  A referida unificação da Itália foi feita com o auxílio de Napoleão III,  principalmente no que tange às lutas  para retirar do domínio austríaco regiões de fala italiana situadas  no nordeste da península itálica.  A ajuda francesa não foi, entretanto, gratuita, Com efeito, o preço do apoio de Napoleão III foi a cessão pelo Piemonte da Savoia à França, que foi anexada ao império francês em 14.6.1860, juntamente com Nice,  conforme previsto no Tratado de Turim,  assinado  após a batalha de Solferino. Durante a segunda guerra mundial, por um período efêmero, a Savoia esteve novamente sob ocupação italiana. 

                                               Praça Saint-Léger  - Foto: francethisway.com 






                                                               Rua de Boigne   -   Doto:francethisway.com


                                                                CHAMBÉRY -                                  
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Haute-Savoie                                                                                                         

Saindo  do Departamento de Savoie, começamos a percorrer a estrada que nos levaria ao Departamento de Haute-Savoie, em direção ao norte. Notamos que a Haute-Savoie  oferece uma grande variedade  de paisagens de montanha. O Departamento de Haute-Savoie  foi criado por um decreto imperial em junho de 1860, juntamente com o Departamento de Savoie.  A língua ( franco-provençal), sem falar nas origens célticas é a mesma, porém cada região de Savoie e Haute-Savoie tem um modo próprio de falar,  e é esta variedade que faz a riqueza cultural  dos savoyards. ANNECY é a capital de Haute-Savoie.

14.05.98:Chegada a Annecy. Como era extensamente bela!
.Não foi difícil encontrar um hotel  Ficamos no hotel ALP Frantour 2 noites para  poder melhor conhecer e desvendar os segredos e mistérios da cidade.
Annecy pode lembrar, numa primeira vista, por um aspecto ou por outro, Veneza, Bruges ou até Amsterdam pela profusão de canais, pelas flores e pela alegria contagiante. Mas, na verdade, ela é bem diferente quando vista em sua temática histórica, em sua arquitetura local. A cidade velha, a velha Annecy, constitui um acervo precioso para os estudiosos e os apreciadores do passado.
Jantamos no centro velho, num  restaurante ã margem do  canal. Do restaurante, assistimos um verdadeiro desfile de turistas que  procuravam onde jantar.  E isso se explica bem pelo fato de haver no local uma infinidade de restaurantes, tornando a escolha muito difícil, de pronto..
Isso aconteceu com a gente, custamos a escolher onde  jantar na nossa primeira noite em Annecy. Os cardápios eram todos convidativos.

(Já me haviam dito, algumas pessoas que souberam que eu iria aos Alpes, que Annecy era imperdível. Não foi, pois, surpresa para mim encontrar aquele patrimônio histórico respeitado e conservado. Surpresa foi apreciar todo esse patrimônio mesclado ao charme e à alegria da velha Annecy, quando me vi na rua Santa Clara com suas casas do século XVII, com suas arcadas e madeiras entalhadas, cruzando com minúsculas ruelas onde  grande número de turistas admiravam suas paredes carcomidas pelo tempo. Estavam ali eretas e serviam de testemunhas de uma época que há muito se fora e só os registros nas paredes. Impregnados de recordações sensações ainda lembravam.)


                                                  ANNECY  -  Foto: francemonthly.com

15.05.98:Pela manhã, visitamos a cidade velha com seu mercado característico e animado de cidade do interior da França. Subimos ao topo do Castelo de Annecy, que se avistava da cidade velha. Uma ladeira meio íngreme levava ao pátio do castelo. Tratava-se de uma construção monumental, como todos os castelos de médio porte da França. Percorremos as vastas salas e os salões com seus móveis característicos. Havia até uma excursão colegial percorrendo os meandros do castelo num alvoroço infantil e contagiante.

( Um monumento histórico me chamou a atenção por sua forma diferente, enquanto o canal lembrava o de Bruges. Verdadeiramente, ali estava a semelhança. Conhecido como “Palais de L’Isle” , construído  sobre uma ilha natural, tendo a forma de proa, lembrando uma galera ancorada no rio ao sabor das águas, bem no coração da cidade. Fica junto ao “Quais du Thiou”, por onde fluem as águas naturais do lago. Foi a primeira residência do castelão de Annecy desde o século XII. Em seguida foi ‘hôtel de ville’, sede da justiça, prisão,etc. Sua demolição chegou a ser prevista no fim do século XIX mas foi salvo graças a sua classe de monumento histórico. Parece que hoje em dia, em suas dependências, realizam-se exposições. Diz o folheto que é o monumento mais típico de Annecy e o mais fotografado. No mapa da cidade ele ocupa uma parte larga do rio, nas proximidades da igreja de Saint-François. É, realmente, de chamar a atenção do viajante.Le Palais de L'Isle est un musée construit au XIe sur un îlot formé par le Thiou. À maintes reprises utilisé comme prison, le Palais de L'Isle offre aujourd'hui un parcours historique de la région d'Annecy. On peut également y visiter les anciennes salles d'audience, les cellules des prisonniers ainsi que l'ancienne chapelle. Les façades et toitures du palais font l’objet d’une inscription au titre des monuments historiques depuis le 9 juillet 1974WIKIPEDIA)

                                           Palais de L'ISLE   -    Foto:ja-la-estive.blogs.sapo.pt 

                                            Palais de L'ISLE à noite  Foto:linternaute.com                                                                   

Pela tarde, fizemos um passeio de barco, contornando o Lago de Annecy, captando a beleza do verde, a profusão dos castelos e dos hotéis, enquanto a guia relatava, em francês, a história do local e seus feitos memoráveis. O passeio pelo lago deu uma ampla visão dos Alpes, do Mont Blanc com seus 4807 m e da cadeia de montanha Les Aravis, já bem distantes. O barco mostrou o que existia nas duas margens. Iniciamos, em Annecy, por Veyrier du Lac, avistando a seguir o castelo de Menthon St. Bernard até Talloires com suas praias e esportes náuticos; fizemos a volta em Doussard, na direção de Duingt, St. Jorioz, Sevrier e, finalmente, o desembarque em Annecy.

( Enquanto eu e Izidoro fazíamos o percurso pela embarcação, Ary e Leila resolveram alugar um pequeno barco para os dois percorrerem o lago de Annecy despreocupadamente. No princípio a gente até podia apostar corrida. Do barco, eu os avistava singrando em nossa direção. O pessoal do barco, que presenciava a cena, acenava para eles e houve até quem batesse palmas. Eles estavam sendo intrépidos. Da proa da embarcação, eu os filmei tentando nos alcançar. O filme mostra a Leila sorridente com a máquina fotográfica na mão e o Ary no volante da lancha. De repente, eles foram ficando pequenos, só uma mancha se avistava até que os perdi de vista. )

À noite, a cidade velha, com suas pontes, florida e iluminada é um convite ao passeio. Até a hora do jantar, percorremos as ruelas com seus restaurantes, suas lojas pitorescas. O folheto sobre a cidade, oferta do hotel Frantour, classifica Annecy como uma cidade artística, carregada de história no coração da Haute Savoie. E vai, mais longe, ao dizer que Annecy é a “Venise Savoyarde”, entre o lago e a montanha; é um local privilegiado entre a história e a natureza, tendo o pintor Cézanne sido seu admirador. Há um roteiro turístico sobre a “route des Ducs de Savoie”.
Ficamos imaginando o luxo e a riqueza da nobreza que habitava Annecy nos seus tempos gloriosos quando os nobres poderiam descer do castelo e acompanhar o traço sinuoso da rua Sainte-Claire, protegidos por suas arcadas irregulares para um passeio na “vieille ville”. Seria muito interessante!
Nessa última noite ficamos passeando e descobrindo o que poderia nos encantar ainda. A rua de L’Île é muito bonita e sugestiva, tanto pela manhã, radiosa pelo sol, como na noite em que fica  toda iluminada,  situada à margem direita com suas casas antigas. Um portal de estilo gótico esconde um “” cour” , que deveria ter sido de  uma habitação com suas  pequenas  “’ecuries” para guardar os cavalos. Há  ainda uma ponte, a ponde dos Amores, que é uma passarela cobrindo o canal e separando as duas partes: Europe e Pâquier.

                                         Annecy e sua ponte     Foto:  leblogdechonchon.over-blog.com

Annecy- Foto: flickriver.com




Annecy 
    
                                             
                                               LAGO DE ANNECY

16.5.98: Saída de ANNECY logo pela manhã, depois do café..
Na saída, contornamos o lago de carro. Era nosso intuito visitar o castelo de Menthon-Saint-Bernard. Chegamos às imediações do castelo, ainda pela manhã. A construção está situada no interior de um parque arborizado e bastante calmo. A todo instante, os pássaros cantavam. O único barulho que se ouvia era provocado também pelos pássaros, quando pulavam de um galho a outro. Um leve sol brilhava nas folhas das árvores. Ficamos diante de uma fortaleza medieval. Chegamos apenas muito cedo para a visita. O horário de visita era outro, mais tarde. O castelo é habitado pela família. Os descendentes de Menthon, desde o século XI, ocupam as dependências do castelo. É, portanto, um castelo vivo. Suas salas podem ser alugadas para recepções, seminários e casamentos. Comportam 150 pessoas sentadas.
A nossa conclusão é muito simples e objetiva quanto às duas capitais de Savoie e de Haute-Savoie. As duas belas cidades são muito importantes em relação à história e ao turismo.  A primeira delas me parece  mais comedida, mais tranquila e  mais homogênea com suas praças e ruas tradicionais sem dar, facilmente,  saltos  ao sabor das novidades.  Já Annecy é diferente. Basta um simples olhar para sentir que ela fervilha a todo instante ao sabor dos acontecimentos para os quais parece estar sempre preparada, possuída de uma alegria colorida que a torna, verdadeiramente, imperdível, dia e noite.





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