VIAGEM À
EUROPA 1998 (14.5.98 a 16.5.1998) -
ALPES 8ª. Parte.
(Elsa Caravana Guelman e Izidoro Soler Guelman,
Leila de Fátima Caravana Ávila e Ary Lima Filho)
SAVOIE ( CHAMBÉRY) e HAUTE-SAVOIE (ANNECY)
SAVOIE - FOTO: walldesk.com.br
Retornamos à Savoia, só que agora aos seus
pré-alpes do norte. Estávamos, contudo, bem perto dos Alpes do Norte.
Visita a CHAMBÉRY, 14.5.98, a capital do departamento da Savoie. Uma cidade bonita e um pouco austera, com belas praças turísticas ( Place
St.-Léger e Place du Château), um castelo (antiga morada dos senhores de
Chambéry, depois dos condes e duques de Savoie) que foi transformado na
prefeitura local. Avista-se logo a Fonte dos Elefantes: monumento popular da
cidade, na rua de Boigne, uma das mais características de Chambéry por sua localização
e animação.
Chambery surge numa colina chamada de Lémene. Depois de um período caótico de
invasões, no século XI chegam os
“sires”de Chambéry. Surge mais tarde um castelo, que se torna residência
oficial dos senhores de Chambéry. Em
1232, o conde de Savoie compra a cidade dos Chambéry, ligando assim o destino
de seus habitantes aos da casa de Savoie, que fazem de Chambéry a capital
histórica da Savoie. No centro do monumento, que fica na rua de Boigne, uma
coluna suporta Benoît de Boigne.
O centro histórico de Chambéry remonta aos
séculos XV e XVI. A fonte dos Elefantes foi construída em 1838 em honra a
Benoît Leborgne, conde Boigne que voltou da Índia depois de prestar serviços a
um príncipe indiano. A fonte foi estruturada de tal maneira que os quatro
elefantes da Ásia formam, em suas posições, uma cruz, que representa o brasão
da Casa de Savoie.
A cidade apresenta muitas ruas e praças
convidativas ao turismo. A rua de Boigne contém numerosas boutiques elegantes,
com seus cafés, salões de chá e confeitarias finas, com mesas e cadeiras sob toldos. Ali eram degustados o vermouth de Chambery e o
vinho de Savoie, enquanto o pessoal elegante saboreava os doces enriquecidos
pelas vitrines..
A
Praça Saint-Léger tem esse nome como um
reflexo do passado, pois pelo tipo de alinhamento das fachadas, em formato de um longo fuso, ela não tem a
imagem de uma praça. No passado, sim, ela foi o centro dos acontecimentos dando
vida e animação à cidade..De qualquer parte, de qualquer ponto se poderia
chegar a ela. Hoje é apenas uma via larga que guarda o nome de praça. Dessa local,
contudo, podem-se explorar numerosas
ruelas que aparecem em todas as direções, um verdadeiro labirinto de “cours” e
de “allées”, um emaranhado urbano, com
construções de todos os estilos e de todas as épocas, que, a despeito do passar
dos anos, guardam a elegância de suas formas para, finalmente atingir a charmosa
rua Cruz de Ouro, onde se poderá
admirar uma infinidade de casas da antiga aristocracia , remontando ao século
XVI, com passagens que oferecem aos
habitantes do “quartier” um acesso direto às muralhas da cidade.
Um pouco de história enquanto o carro
avança. Quando deixamos Chambéry com
destino a Annecy tínhamos certeza de que visitamos uma
cidade cultural e historicamente importante da Savoie, que, por sua posição
geográfica, nos limites entre a França e ITÁLIA, sempre foi objeto de disputa
entre a monarquia francesa e a Itália,
que se dividia em vários estados independentes antes da unificação promovida por Cavour e
Garibaldi, no século XIX, unificação
essa que se efetuou tendo como núcleo o reino do Piemonte e da Sardenha, governado pela dinastia homônima, ou seja,
pela dinastia de Savoia. A referida
unificação da Itália foi feita com o auxílio de Napoleão III, principalmente no que tange às lutas para retirar do domínio austríaco regiões de
fala italiana situadas no nordeste da
península itálica. A ajuda francesa não
foi, entretanto, gratuita, Com efeito, o preço do apoio de Napoleão III foi a
cessão pelo Piemonte da Savoia à França, que foi anexada ao império francês em
14.6.1860, juntamente com Nice, conforme
previsto no Tratado de Turim,
assinado após a batalha de
Solferino. Durante a segunda guerra mundial, por um período efêmero, a Savoia
esteve novamente sob ocupação italiana.
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Haute-Savoie
Saindo
do Departamento de Savoie, começamos a percorrer a estrada que nos
levaria ao Departamento de Haute-Savoie, em direção ao norte. Notamos que a Haute-Savoie oferece uma grande variedade de paisagens de montanha. O Departamento de
Haute-Savoie foi criado por um decreto
imperial em junho de 1860, juntamente com o Departamento de Savoie. A língua ( franco-provençal), sem falar nas
origens célticas é a mesma, porém cada região de Savoie e Haute-Savoie tem um
modo próprio de falar, e é esta
variedade que faz a riqueza cultural dos
savoyards. ANNECY é a capital de Haute-Savoie.
14.05.98:Chegada a Annecy. Como era
extensamente bela!
.Não foi difícil encontrar um hotel Ficamos no hotel ALP Frantour 2 noites para poder melhor conhecer e desvendar os segredos
e mistérios da cidade.
Annecy pode lembrar, numa primeira vista, por um aspecto ou por outro, Veneza, Bruges ou até Amsterdam pela profusão de canais, pelas flores e pela alegria contagiante. Mas, na verdade, ela é bem diferente quando vista em sua temática histórica, em sua arquitetura local. A cidade velha, a velha Annecy, constitui um acervo precioso para os estudiosos e os apreciadores do passado.
Jantamos no centro velho, num restaurante ã margem do canal. Do restaurante, assistimos um verdadeiro desfile de turistas que procuravam onde jantar. E isso se explica bem pelo fato de haver no local uma infinidade de restaurantes, tornando a escolha muito difícil, de pronto..
Annecy pode lembrar, numa primeira vista, por um aspecto ou por outro, Veneza, Bruges ou até Amsterdam pela profusão de canais, pelas flores e pela alegria contagiante. Mas, na verdade, ela é bem diferente quando vista em sua temática histórica, em sua arquitetura local. A cidade velha, a velha Annecy, constitui um acervo precioso para os estudiosos e os apreciadores do passado.
Jantamos no centro velho, num restaurante ã margem do canal. Do restaurante, assistimos um verdadeiro desfile de turistas que procuravam onde jantar. E isso se explica bem pelo fato de haver no local uma infinidade de restaurantes, tornando a escolha muito difícil, de pronto..
Isso aconteceu com a gente, custamos a
escolher onde jantar na nossa primeira
noite em Annecy. Os cardápios eram todos convidativos.
(Já me haviam dito, algumas pessoas que souberam que eu iria aos Alpes, que Annecy era imperdível. Não foi, pois, surpresa para mim encontrar aquele patrimônio histórico respeitado e conservado. Surpresa foi apreciar todo esse patrimônio mesclado ao charme e à alegria da velha Annecy, quando me vi na rua Santa Clara com suas casas do século XVII, com suas arcadas e madeiras entalhadas, cruzando com minúsculas ruelas onde grande número de turistas admiravam suas paredes carcomidas pelo tempo. Estavam ali eretas e serviam de testemunhas de uma época que há muito se fora e só os registros nas paredes. Impregnados de recordações sensações ainda lembravam.)
ANNECY - Foto: francemonthly.com
15.05.98:Pela manhã, visitamos a cidade velha com seu mercado característico e
animado de cidade do interior da França. Subimos ao topo do Castelo de Annecy,
que se avistava da cidade velha. Uma ladeira meio íngreme levava ao pátio do
castelo. Tratava-se de uma construção monumental, como todos os castelos de
médio porte da França. Percorremos as vastas salas e os salões com seus móveis
característicos. Havia até uma excursão colegial percorrendo os meandros do
castelo num alvoroço infantil e contagiante.
( Um monumento histórico me chamou a atenção por sua forma diferente, enquanto
o canal lembrava o de Bruges. Verdadeiramente, ali estava a semelhança.
Conhecido como “Palais de L’Isle” , construído
sobre uma ilha natural, tendo a forma de proa, lembrando uma galera
ancorada no rio ao sabor das águas, bem no coração da cidade. Fica junto ao
“Quais du Thiou”, por onde fluem as águas naturais do lago. Foi a primeira
residência do castelão de Annecy desde o século XII. Em seguida foi ‘hôtel de
ville’, sede da justiça, prisão,etc. Sua demolição chegou a ser prevista no fim
do século XIX mas foi salvo graças a sua classe de monumento histórico. Parece
que hoje em dia, em suas dependências, realizam-se exposições. Diz o folheto
que é o monumento mais típico de Annecy e o mais fotografado. No mapa da cidade
ele ocupa uma parte larga do rio, nas proximidades da igreja de Saint-François.
É, realmente, de chamar a atenção do viajante. “Le Palais
de L'Isle est un musée construit au XIe sur un îlot formé par le Thiou.
À maintes reprises utilisé comme prison, le Palais de L'Isle offre aujourd'hui
un parcours historique de la région d'Annecy. On peut également y visiter les anciennes salles
d'audience, les cellules des prisonniers ainsi que l'ancienne chapelle. Les façades et toitures du palais font
l’objet d’une inscription au titre des monuments historiques depuis le 9 juillet 1974” WIKIPEDIA)
Palais de L'ISLE - Foto:ja-la-estive.blogs.sapo.p t
Palais de L'ISLE à noite Foto:linternaute.com
Pela tarde, fizemos um passeio de barco, contornando o Lago de Annecy, captando
a beleza do verde, a profusão dos castelos e dos hotéis, enquanto a guia
relatava, em francês, a história do local e seus feitos memoráveis. O passeio
pelo lago deu uma ampla visão dos Alpes, do Mont Blanc com seus 4807 m e da
cadeia de montanha Les Aravis, já bem distantes. O barco mostrou o que existia
nas duas margens. Iniciamos, em Annecy, por Veyrier du Lac, avistando a seguir
o castelo de Menthon St. Bernard até Talloires com suas praias e esportes
náuticos; fizemos a volta em Doussard, na direção de Duingt, St. Jorioz,
Sevrier e, finalmente, o desembarque em Annecy.
( Enquanto eu e Izidoro fazíamos o percurso pela embarcação, Ary e Leila resolveram alugar um pequeno barco para os dois percorrerem o lago de Annecy despreocupadamente. No princípio a gente até podia apostar corrida. Do barco, eu os avistava singrando em nossa direção. O pessoal do barco, que presenciava a cena, acenava para eles e houve até quem batesse palmas. Eles estavam sendo intrépidos. Da proa da embarcação, eu os filmei tentando nos alcançar. O filme mostra a Leila sorridente com a máquina fotográfica na mão e o Ary no volante da lancha. De repente, eles foram ficando pequenos, só uma mancha se avistava até que os perdi de vista. )
À noite, a cidade velha, com suas pontes, florida e iluminada é um convite ao passeio. Até a hora do jantar, percorremos as ruelas com seus restaurantes, suas lojas pitorescas. O folheto sobre a cidade, oferta do hotel Frantour, classifica Annecy como uma cidade artística, carregada de história no coração da Haute Savoie. E vai, mais longe, ao dizer que Annecy é a “Venise Savoyarde”, entre o lago e a montanha; é um local privilegiado entre a história e a natureza, tendo o pintor Cézanne sido seu admirador. Há um roteiro turístico sobre a “route des Ducs de Savoie”.
Ficamos imaginando o luxo e a riqueza da
nobreza que habitava Annecy nos seus tempos gloriosos quando os nobres poderiam
descer do castelo e acompanhar o traço sinuoso da rua Sainte-Claire, protegidos
por suas arcadas irregulares para um passeio na “vieille ville”. Seria muito
interessante!
Nessa última noite ficamos passeando e
descobrindo o que poderia nos encantar ainda. A rua de L’Île é muito bonita e
sugestiva, tanto pela manhã, radiosa pelo sol, como na noite em que fica toda iluminada, situada à margem direita com suas casas
antigas. Um portal de estilo gótico esconde um “” cour” , que deveria ter
sido de uma habitação com suas pequenas
“’ecuries” para guardar os cavalos. Há
ainda uma ponte, a ponde dos Amores, que é uma passarela cobrindo o
canal e separando as duas partes: Europe e Pâquier.
Annecy e sua ponte Foto: leblogdechonchon.over-blog.com
LAGO DE ANNECY
Annecy e sua ponte Foto: leblogdechonchon.over-blog.com
Annecy- Foto: flickriver.com
Annecy
16.5.98: Saída de ANNECY logo pela manhã,
depois do café..
Na saída, contornamos o lago de carro. Era nosso intuito visitar o castelo de Menthon-Saint-Bernard. Chegamos às imediações do castelo, ainda pela manhã. A construção está situada no interior de um parque arborizado e bastante calmo. A todo instante, os pássaros cantavam. O único barulho que se ouvia era provocado também pelos pássaros, quando pulavam de um galho a outro. Um leve sol brilhava nas folhas das árvores. Ficamos diante de uma fortaleza medieval. Chegamos apenas muito cedo para a visita. O horário de visita era outro, mais tarde. O castelo é habitado pela família. Os descendentes de Menthon, desde o século XI, ocupam as dependências do castelo. É, portanto, um castelo vivo. Suas salas podem ser alugadas para recepções, seminários e casamentos. Comportam 150 pessoas sentadas.
Na saída, contornamos o lago de carro. Era nosso intuito visitar o castelo de Menthon-Saint-Bernard. Chegamos às imediações do castelo, ainda pela manhã. A construção está situada no interior de um parque arborizado e bastante calmo. A todo instante, os pássaros cantavam. O único barulho que se ouvia era provocado também pelos pássaros, quando pulavam de um galho a outro. Um leve sol brilhava nas folhas das árvores. Ficamos diante de uma fortaleza medieval. Chegamos apenas muito cedo para a visita. O horário de visita era outro, mais tarde. O castelo é habitado pela família. Os descendentes de Menthon, desde o século XI, ocupam as dependências do castelo. É, portanto, um castelo vivo. Suas salas podem ser alugadas para recepções, seminários e casamentos. Comportam 150 pessoas sentadas.
A nossa conclusão é muito simples e objetiva
quanto às duas capitais de Savoie e de Haute-Savoie. As duas belas cidades são
muito importantes em relação à história e ao turismo. A primeira delas me parece mais comedida, mais tranquila e mais homogênea com suas praças e ruas tradicionais
sem dar, facilmente, saltos ao sabor das novidades. Já Annecy é diferente. Basta um simples olhar
para sentir que ela fervilha a todo instante ao sabor dos acontecimentos para
os quais parece estar sempre preparada, possuída de uma alegria colorida que a
torna, verdadeiramente, imperdível, dia e noite.
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